Saturday, August 20, 2005

Valencia

O ovo reaparece, desta vez sobre a forma de um coleóptero.
E nas suas margens caminhamos sobre um céu cinzento, numa praia completamente vazia.
Submergiamos num céu rôxo e emergiamos entre as dunas laranja. As luzes dos barcos acendiam-se e uma iluminada cidade crescia no mar.
Depois da tempestade um fogo de artifício iluminando as arestas dos prédios com novas cores.
Há pequenas fogueiras nas mãos dos visitantes do parque, aí se queimam preocupações e talvez sonhos.

Wednesday, August 10, 2005

Mordjiane e a estrada

Baixei os beijos do barco e fui brincar na Babel b'arbara.
Mordjiane saida das longas noites, magia e mulher, com passos de luz sem nunca tocar o cinzento solo.
Beijiei num banco um bailado debaixo duma inomin'avel 'arvore que abraçava outra da mesma esp'ecie sob o olho da nuvem cinzenta.
Preparava a entrada no interior do animal surpresa mas, enquanto o fazia j'a tinha entrado no alcatroado sistema circulat'orio.
Cidades, estações de serviço, carros camiões, bermas de estrada, sorrisos, olhos que não nos vêem, pessoas que nos desejam boa sorte, a sorte e o azar, viver num optimismo tao grande e, quem sabe, talvez inexplic'avel.
Mordjiane d'a-me a mão e mostra-me mais um orgão. O seu olhar ilumina o desconhecido duma nova luz: esse olhar é o pr'oprio desconhecido iluminado. O orgão pulsa de vida.
O para'iso, um par de olhos iluminados.