Wednesday, December 28, 2005

Até breve

Vou fazer uma sementeira de palavras. Quando tiver o que colher regresso.

Feliz ano novo para todos.
Até breve

Sunday, December 11, 2005

Gruta

Do tecto da gruta gotejavam as abstracções de inúmeras gerações. As gotas caiam num pequeno lago interior e ao mesmo tempo exterior.
Como uma sombra submersa no destino humano temeu essas ideias que escorriam do tecto. O caos fluía nesta substância aquosa. Olhando em redor sentia-se o desejo de todas as épocas contaminar as paredes da gruta e a nós próprios que sem saber como ou porquê nela nos havíamos abrigado.

Friday, December 02, 2005

Correntes invisíveis

Os lírios invisíveis libertavam um odor a pele feminina. Embriagavam os marinheiros da floresta cujos passos bêbados de sonho trilhavam estranhos caminhos.
A barca de folhas secas navegava pelos trilhos desse odor.
Magenta vestia-se com as cores do Outono e visitava essa floresta na busca dos especiais lírios. Tacteando descobria essas flores que cresciam ao toque. Ficava com os lábios vermelhos, com as pupilas amarelas.
Entre o arboredo uma chusma embriagada navega ao sabor da corrente do vento.
Magenta entra a bordo desse navio de sensações.
A corrente que nos leva é a dos sonhos.
Beijinhos e adeus. Se perguntarem por mim digam que estou no campo a pisar folhas secas.