Monday, August 21, 2006

O caldo entornado

Entorno-me entrelaçado nas nuvens do teu céu. De olhos fechados vislumbro a romã aberta pelas tuas mãos.
Salgado sumo entornado no teu doce interior.
Gotas perfeitas do suor que há-de escorrer nas nossas paisagens.
Musa inquietante que sempre se transforma. Palavras mutantes que sempre se transformam. Musa e palavras então cristalizadas.
De olhos bem abertos entorno-me em ti.

Wednesday, August 09, 2006

Uma das correntes

O grande rio avança nas páginas inundando-as no líquido da mutação.
Tombam as palavras na voragem da corrente.
Assista ao acaso arguir no branco do papel.
Banco dos réus.
Cartaz que anuncia os desejos que deves sentir.
Bandeiras enfunadas pelo Zéfiro.
As águas do tempo evaporam-se e o lago branco do esquecimento traz novos caudais ao vento.
Brando costume de assassinar pela noite.
Cães que ladram.
Aspirava ao vento do fundo do mar do Dilúvio.
Gato desaparecido procura-se.