Tuesday, November 28, 2006

A experiência do nada

Em breve o ano terminará. O rio preso no tempo e as formas que conhecemos desvanecer-se-ão ante os nossos olhos fechados.

O rosto que se viu, nítido no implacável lago gelado do firmamento, não voltará a ver-se jamais.

Lançaste a adivinhar o sopro do vento perdido no espelho levantado ao infinito ao largo da costa da ilha humedecida das mangas azuis dum casaco.

Ruas impraticáveis na prática de suspender os olhares.

Ao cabo de tantos anos duma larga e variada experiência no cultivo de objectos perdidos nos bolsos rotos do mundo vislumbram-se desertos e os dedos abertos apalpam no vazio como trepadeiras procurando apoio num planeta distante.

5 Comments:

Blogger Mauro Pereira da Silva said...

Excelente texto. Parabéns!. Abç cordial. Phylos

5:46 PM  
Blogger gato_escaldado said...

gostei de ler. um texto muito sugestivo

abraços

9:55 AM  
Blogger Lágrima del Guadiana said...

Hermosa reflexión, André. Tus palabras le ponen nombre a todas mis nostalgias...

7:19 AM  
Blogger Manuel Veiga said...

excelente texto. apreciei.

abraços

5:55 AM  
Blogger agua_quente said...

Tinha saudades de te ler, André. É sempre um gratificante desafio seguir nas tuas palavras as inquietações que te (nos) assaltam.
Beijos

6:27 AM  

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