Tuesday, July 04, 2006

Inflexão

Apreendemos o coração do vento no meio do incompreensível beijo da estrada.
Voltamos as costas e regressamos aonde nunca tínhamos estado.
Sozinho, eu e a estrada.
Juntos, eu e a estrada.
Caminho que temos de merecer, caminho que nos tem de merecer.
Mexe na curva.
Ingestão de rectas.
Sistema binário.
Paredes rosa e rosas de plástico.
Animais que me digerem no colchão do esquecimento num hotel fechado: fechado por motivos de falência. Percevejos electrónicos mordem mordem mordem a pele que se ilumina como um néon a cada dentada.
Naqueles dias da falência os insectos da memória devoraram-me e iluminaram-me o corpo: a mente funcionava intermitentemente.
No problem.
Reiniciar.

4 Comments:

Blogger Luís Filipe C.T.Coutinho said...

Por vezes acabamos em voltas numa espiral sem fim.....

abraço

4:15 PM  
Blogger Eli said...

As tuas descrições revelam não só o que olhas, mas a forma como o vês cada movimento com a graciosidade de um sentimento teu e de quem sentir esse olhar, como o caso da estrada... se os asfaltos falassem...

:)

3:56 PM  
Blogger Lágrima del Guadiana said...

Se puede reiniciar la memoria...pero el alma no olvida: hace una copia de seguridad de todo lo que creímos perder.

1:06 AM  
Anonymous Anonymous said...

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1:12 AM  

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