Wednesday, March 23, 2005

Sobreposição

A boca abria-se para percorrer o beijo como uma vaga, fazendo estremecer o navio do corpo.
Saliva trocada nas mudanças de maré, o suor salgado e um mar vermelho ao pôr do Sol.
Quando desapareceste houve então uma aparição do escondido no desaparecido.
Interroguei-me sobre em que parte de ti escondias tantas sombras.
O céu estava repleto de grandes lagos de mercúrio e o vento tornava visivel o nu prateado das oliveiras. A Lua mantinha-se escondida mas, ainda assim, luminosa no seu luar.
Um gato com um rouxinol na boca: um silêncio atroz.
Olhei o céu e vi-o abrir-se num sorriso liquido.
O silêncio salta de ramo em ramo cantando a sua antiga ladainha.
A Lua espera a canção que não chegará e eu sopro sopro até encher as velas do barco da vida.
A espera é compensada quando já entrada a madrugada a melodia de novo começa a soar.

19 Comments:

Anonymous Anonymous said...

André, recibe un fuerte abrazo

9:37 AM  
Anonymous Anonymous said...

Felicitaciones por tu blog esta genial, rte pondre en mis enlaces un beso desde Argentina

9:58 AM  
Anonymous Anonymous said...

em que parte do corpo escondia as sombras?
beijinho

12:05 PM  
Anonymous Anonymous said...

em que parte do corpo escondia as sombras?
beijinho

12:05 PM  
Blogger Catarina Santiago Costa said...

Essa boca que se abre, esses beijos que se afundam, os corpos suados da saliva e do mar salgado ao Ocaso, o céu luado que rasga um sorriso líquido...- porque não persistem?, porque é que apenas se insinuam na melodia da madrugada quando o navio já vai ao largo?
Beijos

12:42 PM  
Anonymous Anonymous said...

Hola gracia spor tu comentario en mi blog, ha sido un placer recibirte en mi casita.

Intuyo más que entiendo lo que escribes(por el idioma, claro) estoy segura que deben de ser bellisimos tus post, perdona mi ignorancia, por eso no me atrevo a comentarte.

Un beso y lo reitero gracias mil por tu visita

1:31 PM  
Blogger Cris said...

Lindíssimos os teus blogs... textos de onde brota a magia e a serenidade.
Adorei!
Um beijo grande

6:27 PM  
Blogger AW said...

que bonito, o silêncio aos saltinhos e a cantar .... adorei

1:52 AM  
Anonymous Anonymous said...

"Um gato com um rouxinol na boca: um silêncio atroz."

Cortante...

2:56 AM  
Blogger BlankPage said...

"Quando desapareceste houve então uma aparição do escondido no desaparecido" e quando corri para aqui entrei no lugar mais eskondido que poderia ser tão subliminar nas facetas mais absorventes da tua mente...não desapareças tu andré..

4:25 AM  
Blogger Viuva Negra said...

essa do beijo salgado , fez-me ter saudades do verão ...

7:11 AM  
Anonymous Anonymous said...

André muchas gracia spor tu ofrecimiento de traducir el poema, no has de hacerlo, no tienes que tomarte esa molestia por mi, el simple hecho de haberlo propuesto ya es un honor.

Un beso y mil gracias

10:47 AM  
Anonymous Anonymous said...

Mais uma pequena pérola de lirismo...Beijinhos e uma Páscoa Feliz :-)

12:10 PM  
Blogger isa xana said...

q belo:)

beijo grande

6:51 AM  
Blogger SL said...

Fiquei sem palavras...aterram-me esse tipo de sombras às vezes...parece que me escreves nos momentos que perco as palavras ou que elas são demasiado grandes para que as escreva.
Jinhos e boa Páscoa!

12:33 PM  
Blogger Ángel mutante said...

Gracias por tu visita. Ojalá te enciendas y sigas resucitando.
Besitos resurrexivos.
Chaoooo.

12:55 PM  
Anonymous Anonymous said...

Pg-me pq apenas vejo um beijo, porque a espera, em que consiste as suas sombras, sera que entendes o seu singnificado? Um beijo doce
MissLadyMystery -> Http://MundoDosSonhos.blogs.sapo.pt

10:55 AM  
Anonymous Anonymous said...

¡Hola André! Es una belleza de poema. Me gusta mucho como escribes. Y sí tiene esa especie de sensualidad pero tan delicada y fina de poeta.
Así da gusto esperar si después de esa "aparición" entre las sombras, la luna, etc. lo que surge es esa melodía que suena. La imagino dulce y me trae paz. Es un gusto leerte.
Un beijinho.

12:49 AM  
Anonymous Anonymous said...

Te debía una visita desde mi hibernación. Ahora que he despertado te encuentro, y lo que adivino entre las rejas del idioma me gusta.

4:48 AM  

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