Descida e ascensão
O grande ceptro de luz vermelho sangue do ocaso espetado entre as árvores abre a boca de sapos gigantes- croac, croac.
Sandálias de folhas secas varridas com os pés no pequeno regato das linhas brancas.
Um saco de plástico levantado por um remoinho de vento. Levantem as cabeças e observem- shhh, shh.
Mil versões da ascensão do grande Caralho ao Céu e vãs esperanças de vermos seja lá o que for ser parido daquelas nuvens tão grávidas.
A pele arde frita no asfalto e nenhum carro pára. Mudamos a nossa placa tentando enganar o destino. Agora não queremos ir a nenhuma cidade que exista, condutores imaginários levar-nos-ão ao desconhecido.
Esprememos a estrada procurando uma última meia hora de sorrisos: temos as melhores histórias para contar para percursos entre dez e mil quilómetros e não o queremos fazer entre lágrimas- ploc, ploc.
Sandálias de folhas secas varridas com os pés no pequeno regato das linhas brancas.
Um saco de plástico levantado por um remoinho de vento. Levantem as cabeças e observem- shhh, shh.
Mil versões da ascensão do grande Caralho ao Céu e vãs esperanças de vermos seja lá o que for ser parido daquelas nuvens tão grávidas.
A pele arde frita no asfalto e nenhum carro pára. Mudamos a nossa placa tentando enganar o destino. Agora não queremos ir a nenhuma cidade que exista, condutores imaginários levar-nos-ão ao desconhecido.
Esprememos a estrada procurando uma última meia hora de sorrisos: temos as melhores histórias para contar para percursos entre dez e mil quilómetros e não o queremos fazer entre lágrimas- ploc, ploc.
9 Comments:
Fizeste-me lembrar imagens de um filme!
:)
pois que me fundiu a cuca esse teu texto surrealista, dadaísta ou sei lá como que chama.
é certo que tme imagens bastante interessantes, mas é certo, também, que eu sou distraída demais, ainda mais quando no início de uma manhà sem café, para acompanhar todas.
mas a propósito do meu blog, como que tu pode chamar aquilo de animado? cruzes!
André, já tinha saudades destes teus quebra cabeças de palavras. Acho que as nuvens não vão parir nada tão cedo, e é melhor mesmo que tenhamos boas histórias para contar no nosso percurso rumo ao desconhecido. :)
Beijos
Magnifico!!!
Um texto em que até a descida é com sentido ascendente...
Parabéns,
Deixo-te um beijo com carinho
Grato pela visita e suas palavras.
Vou conhecer seus blogs e voltarei.
Boa semana
Abraço
E se não estou atenta, perco-me no quilometro 10 da estrada que vai de nenhures para algures, ou vice-versa... ao ritmo dos croac, croac, shh shh e ploc ploc... e do ah ah no final.
Alguém falou em quebra-cabeças? não falou mal, mas aí é que está o interesse deste blog...
Que bello incertar sonidos de animales entre las palabras...
Tus líneas están llenas de bellísimas imágenes, André.
Me gusta mucho cómo se mezclan lo sensorial y lo conceptual.
“Esprememos a estrada procurando uma última meia hora de sorrisos”
Precioso...
Enjoyed a lot! » » »
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