Tuesday, April 04, 2006

Todas as estações

O espelho fazia-o esquecer-se de si mesmo.
O vento bebido trazia à boca o sabor de outras paragens e vozes.
Vozes largadas desde o alto de novas torres de Babel.
Bebia o pulsar do mundo, coração descompassado.
Glicínias glaciais guardadas nos olhos do céu já quase quente.
Silhueta da palavra recortada no irreflectido reflexo.
Repara no oscilar dos segredos ofuscantes baixo a sombra da nuvem irrazoável.