Tuesday, November 22, 2005

Fecundações inquietantes

A alegria dos prazeres mais recentes são alucinações de loucas máquinas inventoras de erotismos mecânicos em festas nos hangares secretos das bases militares. Válvulas, pistões e outras peças abrem-se e fecham-se ao ritmo da passagem do óleo e combustivel num frenético gasto de energias em que sentidos blindados vêm ao de cima num prelúdio da carne queimada nas guerras de amanhã.Abdómens metálicos arrastam-se pelo solo quente disparando poder sobre aqueles que já demais o conheciam em ejaculações de aço e pólvora que esterelizam em vez de fecundar.Todo o espaço coberto de linhas que param na morte ou no vácuo.Corpos de metal despido de carne unem-se em orgias de pele rasgada e sangue em paisagens destruidas para o efeito.Balas mais que suficientes para exterminar a humanidade a tiro.( uma bala diz a outra: somos estéreis até termos fecundado de morte alguém)

14 Comments:

Blogger BlankPage said...

"Uma bala diz a outra: somos estéreis até termos fecundado de morte alguém"

Ixtu é de génios...adorei mesmo e nem sem komo komentar..

11:18 AM  
Blogger Alphonse Zheimer said...

Se uma alegoria é bela, dobra o seu valor.Obrigado caro André mais uma vez. Boa noite.

3:10 PM  
Anonymous Anonymous said...

Uma escrita muito peculiar que nos obriga a pensar...excelente!

4:09 AM  
Blogger Joanissima said...

Rendida... Foi assim que me deixaste.. à deriva nas emoções confusas e ambíguas a que as tuas letras me forçaram.

Um grande beijo.

8:22 AM  
Blogger Poesia Portuguesa said...

"...Balas mais que suficientes para exterminar a humanidade a tiro.( uma bala diz a outra: somos estéreis até termos fecundado de morte alguém)..."

Soberbo!!!

Um abraço e bom fim de semana :)

1:15 PM  
Blogger agua_quente said...

Essa é uma visão terrível do universo. Desta vez, a natureza não está na tua escrita. Só o metálico, o mecânico. Pesadelo.
Beijos

11:44 AM  
Anonymous Anonymous said...

Assustador...
Tenho a esperança que uma flor consiga fecundar a terra e apagar a morte...
Que o ódio se torne estéril...

11:28 AM  
Anonymous Anonymous said...

Assustador...
Tenho a esperança que uma flor consiga fecundar a terra e apagar a morte...
Que o ódio se torne estéril...

11:28 AM  
Blogger Fata Morgana said...

Conseguiste uma proeza, caramba! Usaste o prazer dos jogos eróticos e do amor, e a fecundidade, as melhores coisas da vida - fontes de vida! - para representar jogos de guerra, de ódio, as piores coisas da vida - fontes de morte e destruição.
As balas, como espermatozóides, só se realizam se acertarem o alvo.
Muito bem urdido, parabéns!

12:11 PM  
Blogger Joanissima said...

Em segundas leituras soaste-me a Álvaro de Campos.
Em primeiro comentário deixado lá em casa soaste-me a alguém profundamente sábio.
Obrigada pela empatia.

Um grande beijo

2:24 PM  
Anonymous Anonymous said...

Bem conseguida a alegoria. Obrigada por este brinquinho (raios nem o amor escapa à guerra!).

Grata tb pelo que deixaste no uivo.

Eu vou continuando a ler-te.

Bjs, André.

:)

3:53 AM  
Anonymous Anonymous said...

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1:14 PM  
Anonymous Anonymous said...

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1:14 PM  
Anonymous Anonymous said...

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1:14 PM  

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