Sunday, September 04, 2005

A estrada

Quando mordeu a maçã começou a chover e nas janelas o mundo principiou uma estranha dissolução. A boca doce do sumo da fruta, um prédio ou uma ponte azul erguida na palma da mão.
Como nos meus sonhos, ou talvez nas minhas memórias chovia.
Era atravessado pelo comboio que se dirigia no sentido dos meus desejos e via-o afastar-se enquanto uma pequena chuva de cinza de cigarros caía no chão.
Pelo caminho as visões poéticas diluem-se nas placas de sinalização.
O sentido turva-se nas curvas.
As observações recusam-se a coincidir com os raciocínios.

4 Comments:

Blogger BlankPage said...

O tempo e a poesia existem sempre..e as observações não têm de coincidir sempre com o que reside cá dentro. (alguém que me compreende finalmente?)

4:06 PM  
Blogger Catarina Santiago Costa said...

Meu querido,
Adorei este teu poema - se uma imagem vale mais que 1000 palavras quanto valerá uma imagem de palavras feita?
Obrigada pelo teu comentário - valorizou em muito as minhas palavras.
Beijos!

8:35 AM  
Blogger Beba Newmann said...

Hola André, ¿como estás? Mi portugués todavía anda algo malo pero le hago el intento... Oye, quería recomendarte un blog buenísimo:

http://puertoa.blogspot.com/

La autora es Vir y es realmente muy bueno. Saludos y cuidate. Bye

10:36 AM  
Anonymous Anonymous said...

Gostei de conhecer o teu blog...alias, adorei...
parabens

8:45 AM  

Post a Comment

<< Home