Saturday, April 16, 2005

Natureza morta

Fechei os olhos e vi um campo de rosas soldadas a um chão de ferro ferrugento.
Lírios azuis flutuam nas águas do rio que passa entre os teus seios.
Nos desenhos dos campos em que o meu olhar se derrete apreendo as melodias do mundo.
Uma andorinha despenha-se e tranforma-se na Deusa que criou a papoila.
A grande lagarta amarela devora malmequeres em cima dum prédio em chamas: será a mais bela borboleta a poisar nas tuas mãos.

16 Comments:

Blogger Canela said...

...e talvez um dia a lagarta se transforme em borboleta, se é isso o horizonte perfeito de todas as lagartas, e voe para longe das tuas mãos e encontre os luminosos lumes que rodeiam a tua sombra.

(fiquei fã das tuas amostras de poemas)

7:59 AM  
Blogger it said...

¡¡Oh, qué maravilla has escrito, André!!

Qué suerte es, siempre, abrir tu blog y llenarse de letras... sentidas, poéticas.

Un beso,

Saf ;-))

9:55 AM  
Anonymous Anonymous said...

André, sinto que a cada dia que passa consegues superar-te cada vez mais. Este texto é incrivelmente bonito, caramba! Fiquei de sorriso enorme e com vontade de ler e reler! Beijo grande e nunca deixes de escrever assim :) Digo isto do coração, és um bálsamo!

5:22 PM  
Blogger Fata Morgana said...

Gostei muito deste texto, cujo título é estranho, confere-lhe uma coisa que ele não tem: morte.

8:52 PM  
Blogger acidgirl said...

Que belo!!!Por incrível que pareça, você consegue se superar...bjos e um ótimo final de semana!

9:39 PM  
Blogger Luís Filipe C.T.Coutinho said...

e nos teus dedos o casulo...no fim apenas restos de beleza.


abraço

1:27 PM  
Blogger Madalena said...

Já não sei comentar poemas, só sei gostar ou não gostar e, gostei muito!

:)

4:48 AM  
Anonymous Anonymous said...

Un fuerte abrazo, Andre..

6:23 AM  
Anonymous Anonymous said...

Que lindo, André!
Tenha uma boa semana!
Beijos,
Daniela

7:58 AM  
Blogger Catarina Santiago Costa said...

Muito enigmático, este poema. Dulcíssimo e doloroso...
Estranhamente poético.
Beijos e mais beijos

10:25 AM  
Anonymous Anonymous said...

A languidez e frieza da lagarta, a pureza dos malmequeres, a violência do fogo, o amarelo que ofusca, sensual e sórdido.O que tu escreves sente-se na pele.Gostei muito.Beijinhos

2:08 PM  
Blogger BlankPage said...

na larva..na lagarta...na borboleta...no poisar na mão...no teu olhar...

Não perkas os sentidos pk tudo isso é ilusão mas estranhamente existe...

6:59 AM  
Blogger SL said...

Finalmente arranjaste o template...e a natureza morta, nas tuas palavras parece bem viva...
JiNHOS

7:48 AM  
Anonymous Anonymous said...

tu permaneces adormecida, num imenso abandono.
e a grande lagarta amarela devora malmequeres.

3:12 PM  
Blogger Alphonse Zheimer said...

Formosa fabela caro André, é um prazer imenso te ler. Obrigado.

11:23 AM  
Blogger isa xana said...

o título pode falar em morte, mas para mim tudo está vivo quando te leio. as palavras vivem:)

**

2:19 PM  

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