Sunday, December 11, 2005

Gruta

Do tecto da gruta gotejavam as abstracções de inúmeras gerações. As gotas caiam num pequeno lago interior e ao mesmo tempo exterior.
Como uma sombra submersa no destino humano temeu essas ideias que escorriam do tecto. O caos fluía nesta substância aquosa. Olhando em redor sentia-se o desejo de todas as épocas contaminar as paredes da gruta e a nós próprios que sem saber como ou porquê nela nos havíamos abrigado.

21 Comments:

Blogger agua_quente said...

Imaginei uma gruta onde, de alguma forma, existissem pensamentos impregnados. Seria o caos o que resultaria? Não sei mas acho que não sentiria medo. O que tu me fazes imaginar! :)
Beijos

3:42 PM  
Blogger paper life said...

Eu preferi ficar-me pela gruta da Vida.

:)

Bom, sim senhor.

Seja qual for a gruta que nos toque.

Boa semana, André. Bj

2:03 AM  
Blogger Joanissima said...

Há ideias que são humidades: não estando devidamente arejadas enchem de bolor o peito dos sonhadores.
A tua gruta fez-me ter vontade de arejar o coração.

Obrigada por tantas oportunidades.
É magnífico saber que és real.

9:11 AM  
Blogger SL said...

Lembraste-me de uma gruta que em tempos entrei, algo perigoso, mas aventurei-me com mais uns quantos amigos da altura do secundário. As grutas por vezes são claustrofóbicas...
Jinhos

12:43 PM  
Blogger paper life said...

Hoje a gruta para mim é já diferente. E porque não absorver o caos, assimilá-lo para recomeçar?

Bjs
:)

4:17 PM  
Blogger BlankPage said...

Não existe caos. O caos é aparente. Na realidade existe um rumo coerente. O rumo que aparentemente é caótico só pode ser o humano.

5:39 PM  
Blogger agua_quente said...

Vamos fazer uma interrupção até Janeiro. Boas Festas e uma boa entrada em 2006!
Beijos

2:11 PM  
Anonymous Anonymous said...

A leitura deste texto leva-nos ao interior de uma gruta, que pode em parte representar um pouco de muitos interiores humanos.
Ficou-me esta frase: " Como uma sombra submersa no destino humano temeu essas ideias que escorriam do tecto."
Bom fim de semana. Beijinhos.

9:58 AM  
Anonymous Anonymous said...

ANDRE, un beso inmenso, y que se te cumplan todos tus deseos.
FELICES FIESTAS
Nina

4:32 AM  
Anonymous Anonymous said...

André, a ti que te abrigas no caos, um bom Natal e um ano fabulástico.Beijinhos
p.s.:desculpa a falta de visitas mas isto não anda fácil.

7:05 AM  
Anonymous Anonymous said...

Como sempre...uma escrita que nos enleva até aos mais recônditos recantos do pensamento :) Um beijo

8:11 AM  
Blogger paper life said...

Passei a desejar-te Boas VFestas, à tua maneira e gosto.

Sê Feliz!

2:09 PM  
Blogger Alphonse Zheimer said...

Posso ainda ouvir nas sombras, as gotas buscando nossa vulnerabilidade.
Brilhante texto; a sua prosa guarda sempre, uma subtil e estreita amizade com a poesia. Boa noite André.

4:10 PM  
Blogger Magda Díaz Morales said...

Querido André,

Felices fiestas para ti y un 2006 espléndido.

Un abrazo

3:58 PM  
Blogger abox said...

ama muito! hoje e sempre! FELIZ NATAL! :)

2:43 AM  
Blogger musqueteira said...

Viva André,
Quando parti...chovia muito.Agora que regressei...chove muito também;)Feliz Natal;)

1:56 AM  
Blogger Catarina Santiago Costa said...

Sim senhor! Tem algo platónico, algo de mito da emersão, não tem? Não é impressão minha, pois não?
Renovados votos de bom -excelente!- 2006 com muitas muitas muitas letras.
Beijos!

12:06 PM  
Blogger Fata Morgana said...

A humidade uterina da terra, fecunda e fecundada de ideias. É um abrigo passageiro, há que nascer e dar aquele primeiro grito :)

Feliz Ano Novo para ti!

5:38 PM  
Anonymous Anonymous said...

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